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sábado, 7 de abril de 2012

Igrejas investem no ‘candidato oficial’ para ocupar espaço nos parlamentos


O alto escalão das igrejas instituiu a figura do ‘candidato oficial’, traçando metas de votos - o principal fator para negociar apoio ou cargos públicos.
Manaus - O trabalho de  igrejas evangélicas no Amazonas tem ido além da elevação do espírito, incluindo entre as orações, a política partidária e a escolha de nomes de candidatos para a disputa eleitoral. O alto escalão das igrejas instituiu a figura do ‘candidato oficial’, traçando metas de votos - o principal fator para negociar apoio ou cargos públicos.
Nas últimas eleições municipais, quatro partidos declaradamente religiosos (PRB, PSC, PTC e PSDC) somaram, no Amazonas, 139.301 votos, elegendo 61 nomes. Líderes religiosos afirmam que, depois de um período inicial distante dos partidos, as igrejas evangélicas passaram a estimular o despertar da ‘consciência eleitoral’ entre os fiéis em grupos de casais, de famílias e de jovens. Ainda assim, os líderes falam que o livre arbítrio é preservado.
O Ministério Internacional da Restauração (MIR), liderado pelo pastor Renê Terra Nova, quer aumentar o seu volume de votos na eleição deste ano, como informou o único parlamentar da igreja na Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Marcel Alexandre (PMDB), eleito com 11.061 votos. Em 2012, a MIR  terá novamente o peemedebista como o “candidato oficial”. Segundo o vereador, a igreja optou por ter só um político por entender que “o importante não é a quantidade de parlamentares, mas sim o volume de votos”.
A pastora Nídia Limeira de Sá, integrante da equipe de Terra Nova, diz que a escolha do candidato oficial é baseada em um perfil bíblico. “Em primeiro lugar, procuramos o perfil da pessoa justa que a Bíblia fala”, disse. Ela nega a realização de campanha eleitoral durante os cultos, mas reconhece a influência dos pastores. “No fundo, todo mundo quer saber em quem o pastor Renê vai votar. Aí a gente fala mesmo. Se alguém me perguntar, eu digo: eu vou votar no Marcel. O apóstolo Renê também fala”. O trabalho de conscientização política, segundo ela, é feito nos grupos da igreja. Ela afirma que existe uma corrente junto aos jovens para que eles busquem integrar diretórios acadêmicos e sindicatos.
A Assembleia de Deus é a igreja evangélica com a maior força política no Estado, tendo uma bancada com seis vereadores em Manaus, 75 eleitos no interior, deputados estaduais e federais, além de 320 mil fiéis (quase 10% da população amazonense). A igreja já traçou metas de votação para as próximas duas eleições, realiza seminários sobre legislação eleitoral, e tem, inclusive, um departamento voltado exclusivamente para a política. De acordo com o líder do Departamento de Conscientização Política da Igreja, pastor Raimundo Chagas, a Assembleia já discute política há 20 anos. O pastor, ao contrário dos demais, negou a presença do “candidato oficial”, dizendo que os fiéis são livres para votar.
“Não tem isso de ‘candidato oficial’, mas é claro que existem, como posso dizer, nomes que são recomendados”, afirmou o vereador Luis Mitoso (PSD), conselheiro jurídico da Assembleia de Deus. Para a CMM, a igreja reforça o nome de quatro vereadores: Mitoso, o diácono  Mario Bastos (PRP), Amauri Colares (PSC) e Roberto Sabino (PRTB).
A Quadrangular também terá candidatos. O pastor Manuel Martins diz que a igreja, com 37 anos no Estado, não elegeu nenhum membro. “Na eleição passada (para deputado estadual), ficamos a apenas 51 votos”. Ao ser questionado se a igreja adotaria outra postura para vencer a eleição, o pastor disse que continuaria o mesmo trabalho de conscientização dos fiéis. “Cremos que devemos participar do processo político, mas não com o ativismo escrachado, que pode até constranger as pessoas”, disse. “Eu não sei se isso é bom ou se é ruim, depende da perspectiva”, concluiu.
A Igreja Aliança Evangélica é outra que também terá candidatos às eleições municipais. No Estado, são cerca de 5 mil membros, conforme dados do pastor Teté.

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