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sábado, 8 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer: Pastor diz que o arquiteto ateu será recebido no céu por anjos cantando hino comunista

O assunto mais comentado no Brasil na última semana foi o falecimento do arquiteto Oscar Niemeyer. Conhecido por sua militância comunista e por ser ateu, o arquiteto teve um funeral celebrado em um culto ecumênico em sua homenagem.
A cerimônia foi celebrada por uma dupla de padres, um pastor e um rabino. De acordo com o Terra, apesar do burburinho reinante fosse de que não combinava realizar um ato religioso para celebrar a alma de um ateu, os celebrantes trataram de dar um tom ameno para a ocasião, demonstrando respeito à opção de Niemeyer pela ausência de uma prática religiosa.
O pastor luterano Mozart Noronha foi quem mais chamou a atenção pela forma com que conduziu sua participação na cerimônia. Em um poema, o pastor traçou um cenário imaginário, no qual o arquiteto chegaria ao céu com a bandeira comunista em punho e seria recebido por anjos cantando em coro a Internacional Comunista.
Para Niemeyer, a visão da vida sempre foi de finitude, bastante crua e prática: “a vida é um sopro, um minuto. A gente nasce, morre. O ser humano é um ser completamente abandonado…”, dizia o arquiteto. Porém, o pastor finaliza seu poema com o arquiteto sendo convidado pelo próprio Deus a entrar no céu.
Leia na íntegra do poema lido pelo pastor no culto ecumênico:
Numa tarde de verão,
Dia cinco de dezembro
Do ano dois mil e doze,
Vi a Santíssima Trindade
Reunida de emergência,
Ordenando aos seus apóstolos
Receberem Niemeyer
O incansável guerreiro
Que do Rio de Janeiro
Partiu para a eternidade
Deus estava mui feliz
O espírito nem se fala!
E na comunhão do além
Recomendaram que os anjos
Organizassem um coral
Em homenagem ao arquiteto
Cantando a Internacional.

Logo os músicos reunidos,
Sopranos, baixos e tenores,
Com todos os seus instrumentos
Entoaram uns mil louvores
Externando os sentimentos.

Juntaram-se os trovadores,
Mil pintores e poetas,
Abraçando os escritores
Numa festa sem igual.
Niemeyer vestia azul,
Com a bandeira vermelha
Segurada à mão esquerda,
Bem como a foice-martelo.
Indagou por Carlos Prestes
E todos os seus companheiros.

Deus que sempre sentiu dores
De um povo pobre e oprimido
Disse: entre aqui, Niemeyer.
No céu você tem lugar.
Por Dan Martins, para o Gospel+

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