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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Com sistema de irrigação, produção cresce na Maísa

Os trabalhadores rurais assentados na Maísa, localizada entre os municípios de Mossoró e Baraúna (RN), estão colhendo cerca de 100 toneladas de alimentos por semana. Melão, melancia, milho e feijão são os produtos responsáveis por quase toda a produção, plantada em cerca de 800 hectares. Mesmo com a seca instalada na região Nordeste, considerada a maior dos últimos anos, a passagem verde espalhada pelas dez agrovilas da comunidade rural tem destoado da cor cinza característica da condição climática adversa. O plantio da Maísa vem produzindo no sertão da região Oeste potiguar um verdadeiro Oasis.
Emanuel AmaralO mamão é um dos produtos cultivados na Maísa, entre os municípios de Mossoró e BaraúnaO mamão é um dos produtos cultivados na Maísa, entre os municípios de Mossoró e Baraúna

A expectativa da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio Grande do Norte é de que após as famílias assentadas acessarem os recursos do Programa Nacional de Financiamento da Agricultura Familiar (Pronaf), previsto para o segundo semestre, a Maisa se torne um dos maiores assentamentos rurais do Nordeste, não apenas em extensão (19.701hectare), mas em produtividade.

Desde a sua criação, a Maisa apresenta um aumento contínuo de produção. Na safra 2005/2006 foram colhidos 340 toneladas de alimentos. Na safra 2006/2007, foram 900 toneladas. Em 2008/2009, a produção ultrapassou duas mil toneladas. Na safra vigente, mesmo num ano de seca, o Incra acredita numa produção que ultrapasse cinco mil toneladas em 2013.

O aumento na produção de frutas, grãos e hortaliças é resultado da implantação de um projeto pioneiro de sistema de irrigação em 43 hectares, em três diferentes agrovilas da Maisa, um investimento feito através do Crédito Fomento, pelo Incra. O sistema foi instalado em 2008.

A área irrigada e o número de famílias beneficiadas foram ampliados nos anos seguintes. Em 2013, cerca de 540 famílias acessaram o Crédito Emergencial, financiado pelo Banco do Nordeste (BNB), no âmbito da linha FNE-Estiagem. Outras 200 devem acessar nas próximas semanas. A maior parte dos agricultores fez opção por investir em obras hídricas como perfuração de poço e instalação de rede de irrigação. Segundo o BNB, o banco já liberou R$ 6,4 milhões para o assentamento.

Frutas

O plantio de frutas é responsável, hoje, por mais da metade da produção. Na agrovila Angicos, desde março são colhidos, semanalmente, cerca de 20 toneladas de melão e melancia.

A produção é retirada de uma área de mais de 40 hectares irrigados. E vem sendo absorvida por estados como Ceará, São Paulo Pernambuco, Paraíba e também pelo mercado europeu.

Na agrovila Pomar, a previsão, de acordo com a associação do Pomar, é de que até o final de maio sejam colhidas cerca de 50 toneladas de acerola. Uma terceira safra está prevista para junho.

Crédito estimula participação das mulheres

A produção no assentamento Maísa também deve ser incrementada com a ajuda do Crédito Apoio Mulher, que visa gerar novas fontes de renda e fortalecer a autonomia das mulheres do assentamento. Os recursos do crédito, de acordo com o Incra, já foram disponibilizados e depositados na conta das associações das trabalhadoras rurais. Os investimentos devem chegar a R$ 246 mil para 82 famílias.

 “Para que o valor seja aplicado, a equipe técnica do Incra deverá intensificar as discussões em torno dos projetos a serem implementados, quais os potenciais das agrovilas e grupos formados”, informou o Incra. Na agrovila Pomar, por exemplo, com grande produção de acerola, os 55 grupos de agricultoras estão discutindo a instalação de equipamentos para beneficiamento de fruta. Projetos envolvendo a criação de ovelha e galinha caipira também estão em discussão.

Uma das agrovilas mais produtiva é a Vila Nova II. Para todo lugar que se olha é possível ver produção. Melão, melancia, mamão, banana, tomate, milho e feijão estão plantados ao longo de 100 hectares irrigados. A agrovila agora está plantando cebola pela primeira vez.

A Maísa foi desapropriada pelo Incra em 2004. Até então, pertencia à Empresa Mossoró Agro-Indústria S/A  e produzia em apenas  223,1 hectares. Na época, a desapropriação custou aos cofres públicos R$ 8.909.077,48. Havia produção de acerola e caju.

Hoje, as famílias assentadas produzem numa área quase quatro vezes maior que a encontrada pelo Incra na época da desapropriação.  Há 1.150 famílias morando na Maísa.


TRIBUNA DO NORTE

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