“Não amaldiçoarás o príncipe do teu povo.” Ex 22.28; “Não amaldiçoes o rei.”
Ec 10.20; “A autoridade é ministro de Deus para teu bem... A quem
respeito, respeito; a quem honra, honra.” Rm 13.4,7; “Tratai a todos com
honra, amai aos irmãos, temei a deus, honrai ao rei.” 1pe 2.17.
A falta de tempo,
leitura bíblica, orientação pastoral e de um estudo mais polido na temática
sobre “autoridade política” têm incidido em muitos dos cristãos quando se trata
desse assunto a “pisarem na maionese”. Pisar na maionese quer dizer “agir de
forma totalmente diferente ou fazer algo que não tem nada a ver”. Quero aqui
ressaltar e sustentar que sou a favor da separação doutrinária da Igreja com
o Estado. Todavia, é impossível separar o fato, e estamos bem conscientes, de
que mesmo sendo cidadãos com duas nacionalidades, uma celestial (eterna) e
outra terrena (temporária) não podemos demonizar tudo aquilo que não tem para
nós caraterísticas do eterno ou celestial.
Jesus nos instrui a dar
a César o que é de César e a Deus o que é Deus. Tenho orado para que a Igreja
do Senhor não sofra de raquitismo ou de miopia espiritual. Ela precisa crescer,
mas crescer com sabedoria. Ela precisa enxerga, mas enxergar com discernimento.
E, surpreendo-me, aponto de ficar perplexo, quando ouço os cristãos amaldiçoando
as autoridades políticas do país e também do nosso município. A Palavra de Deus
nos orienta a orar por eles, nos submetermos, respeitá-los e dar honra como
autoridades constituídas e instituídas por Deus. Pois, eles são eleitos dentro
da vontade permissiva de Deus. Acredito que se Jesus vivesse nos dias de hoje,
com certeza exerceria o direito de votar. Em quem ele votaria? Não sei! Mas uma
coisa eu tenho convicção que Jesus faria – Ele chamaria todos os candidatos (a
vereadores e prefeitos) para um arrependimento genuíno diante de Deus.
Para não cairmos neste
pecado, de acusação, precisamos entender que o voto é um instrumento de
libertação, mas, lamentavelmente, também tem sido um ato de alienação. A Igreja
de Deus tem a comprometimento, o dever de orientar, manter o marco
institucional entre Igreja e Estado e conscientizar a comunidade cristã no
exercício dos seus direitos e deveres cívicos, principalmente na hora de votar.
É um absurdo e até satânico o que tem acontecido no meio do arraial do chamado
Povo de Deus. Muitos cristãos têm negociado o voto. Vendido sua consciência.
Jogado ao vento seu testemunho cristão. Eles mercadejam seus votos por
cestas-básicas, pagamento de recibos de água e luz, bujão de Gás, remédios,
casas, carros, ajudas financeiras, contratos, empregos... Para tornar pior esse
caos, muitos desses “abençoados irmãos (ãs)” encontram-se nos púlpitos das
igrejas cheio da “unção do senhor”.
Esta realidade também se
aplica a todos aqueles que postulam politicamente uma cadeira eletiva no
legislativo ou executivo. Que tem uma vida pública. Muitos desses “candidatos
cristãos” têm manipulado e persuadido os eleitores em todos os segmentos
religiosos. Eles usam o Santo Nome de Deus para sensibilização por meio da fé. A
Palavra de Deus ensina que compra de voto é pecado (Pv. 17.8,23). Comprar voto
é adulterar a consciência do cidadão (Sl. 15). A vulnerabilidade social, a
carência financeira e o analfabetismo político das famílias são fatores que têm
sido explorados malignamente por muitos candidatos nas eleições.
O cristão deve votar. Votar
consciente. Votar para testemunhar seus valores. Enquanto vivermos neste pedaço de chão, somos
cidadãos terrenos. Assim, exerçamos nosso papel dignamente. Este é um
privilegio e uma bênção dada por Deus - o direito de votar. Valorize de direito
de escolher livremente as autoridades para governar nosso País, Estado e
Município, para que depois você, arrependido, não venha a blasfemar contra elas.
Portanto, não aceitemos subornos, nem tampouco
subornemos o eleitor. O cristão não deve negociar a dignidade, a honra e a sua consciência
cristã. Se realmente o Espírito de Cristo habita em você, não pratiqueis as
obras da carne, pois as obras da carne são contra a vontade de Deus (Rm.
8.8,9). Oramos por tudo! Devemos também orar a Deus pedindo sabedoria na hora
de escolher nossos futuros representantes. Seu excelente testemunho nestas
eleições será uma luz poderosíssima para conduzir essas mesmas autoridades até
a CRUZ DE CRISTO. Policie suas palavras. Da mesma boca não pode sair benção e
maldição (Tg. 3.10,11). Não seja “boca de satanás”. Não sai por ai difamando ou
amaldiçoando as autoridades politicas de nosso país e município.
Medite: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de
súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens,
em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que
vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e
aceitável diante de Deus, nosso Salvador.” I Tm. 2.1-3