Uma criança recém-nascida que teve o óbito declarado após seus
pulmões não funcionarem voltou à vida mais de três horas depois, quando
os preparativos para seu funeral começavam a ser feitos.
O caso que desafia as “leis” da ciência ocorreu na cidade de
Londrina, interior do Paraná, e percorreu o mundo acompanhado do título
de milagre. Jornais internacionais, como o Washington Times deram
destaque para o caso em suas páginas na internet.
Chamada de Yasmin, a menina nasceu de parto normal, com 2,6 Kg, após
uma gestação de 26 semanas. De acordo com informações do portal local Tá
no site, os exames pré-natal não apontaram nenhuma irregularidade com a
gravidez, e a notícia de que os pulmões da menina não funcionaram após o
rompimento do cordão umbilical foi devastadora para a mãe.
“Meu mundo desabou ali. Foi muito desesperador ver todos os sonhos
indo embora”, disse a mãe de Yasmin, Jenifer da Silva Gomes, 22 anos. O
pai da criança, Cleverson Carlos Gomes, 26 anos, foi informado do óbito
em seguida.
Vida
Os médicos colocaram o corpo de Yasmin numa caixa e levaram para o
altar da capela do Hospital Doutor Lincoln Graça. Aproximadamente três
horas depois, quando o carro da funerária chegou e Elza Silva, avó de
Yasmin foi pegar seu corpo, a menina começou a se mexer, movimentando as
pernas.
“Foi uma emoção muito grande. Eu tremia e nem conseguia falar de
alegria”, disse Elza, que estava acompanhada da dona da funerária,
Rosilis Marinello Ferro. “Sua filha está viva”, gritava uma das
enfermeiras, pelos corredores do hospital. A mãe de Yasmin diz que não
entendeu o que estava acontecendo de imediato: “Eu fiquei sem reação,
não sabia o que pensar. Confesso que até passei mal, mas depois não me
contive de alegria”, declarou.
Levada imediatamente por uma ambulância do SAMU para uma Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil de Londrina, a menina foi
internada e respira com a ajuda de aparelhos. O quadro é considerado
grave, porém estável.
Agora, os pais da criança estudam adicionar “Vitória” após o nome
escolhido inicialmente. O pai da menina descarta processar o hospital
por erro médico: “Foi tudo muito transparente e deu para ver que eles se
empenharam muito para salvar minha filha”, afirmou Cleverson.
Um grupo de oração da Igreja Avivamento Bíblico, coordenado pelo
pastor Jorge Teodoro Rodrigues, tem oferecido apoio e assistência à
família, segundo o site Tá na Cidade.
Ciência não explica
“Muitos podem apontar suposições, mas só quem estava ali para saber o que realmente ocorreu. Em vinte anos de medicina, nunca
presenciei nada parecido com este caso”, afirmou o médico Aurélio Filipak.
Responsável pelo parto, Aurélio afirma que o procedimento foi
iniciado normalmente, porém houveram complicações: “Houve certa
dificuldade no final do parto, mas nada fora do normal. Não precisamos
usar fórceps. Porém o problema começou quando percebemos que o pulmão da
menina não se expandiu”, contou.
A iniciativa de iniciar procedimentos de oxigenação e entubação foi
prontamente realizada pela equipe que acompanhava o parto. “Ela manteve
os batimentos durante 15 minutos, depois disso foram decaindo até
parar”, relatou o doutor Aurélio.
Em seguida, massagens cardíacas e outras tentativas de reanimação
duraram aproximadamente uma hora, mas não surtiram efeito. O médico
então, constatou o estado de midríase paralítica, que é a falta de
resposta das pupilas aos estímulos, o que o levou a declarar o óbito. “O
oxímetro e o monitor cardíaco apontavam que ela estava sem respiração e
batimentos”, afirmou.
Após a ressurreição milagrosa de Yasmin, o médico foi informado do
ocorrido, e revela que se emocionou: “Foi como se eu tivesse pisando em
nuvens”, conta.
Para ele, uma tentativa de explicar o retorno de Yasmin à vida pode
estar ligada a um possível efeito atrasado da adrenalina. “É apenas
suposição”, frisa o doutor. Segundo ele, embora a menina tenha superado a
morte, é possível que ela tenha sequelas: “Não dá para saber quanto
tempo ela ficou sem respirar ali na capela. Isso pode causar danos, mas,
diante do que ela venceu, não vou me surpreender nenhum pouco se ver
essa menina correndo por aí”.
Questionado pela imprensa sobre a possibilidade de milagre, o doutor
respondeu de forma ponderada: “Há muitos mistérios entre o céu e a terra
do que podemos imaginar”, disse, parafraseando Shakespeare.
A história incomum e emocionante de Yasmin, e os pedidos de oração
para que ela supere o quadro grave de saúde tem sido compartilhado por
muitos cristãos nas redes sociais.