
Como
a Assembleia de Deus no Brasil não se preocupou com o registro do nome
como uma marca registrada qualquer um pode abrir uma igreja e na sua
frente colocar a placa "Assembleia de Deus" e se fazerem pastores. Foi
isso que aconteceu com o casal acusado de abuso de menores em São
Lourenço da Mata, na Região Metropolitana de Recife.
O acusado, que se diz pastor evangélico, tem 30
anos e sua esposa, 26. Ambos são suspeitos de abusar sexualmente de seis
menores com idades entre 12 e 17 anos, no bairro de Várzea Fria, em São
Lourenço da Mata.
O delegado conta que, de acordo com o
depoimento do pastor, tudo começou porque a esposa o teria traído. "Para
se vingar, ele teria mantido relação sexual com o jovem que teria
ficado com a esposa do pastor. A palavra dele é que ele queria
desmoralizar o rapaz", conta o delegado.
Os boatos sobre o crime começaram porque uma das
crianças abusadas contou aos pais, até que um total seis denúncias
chegaram à delegacia durante as investigações. De acordo com a polícia,
as seis crianças eram quatro meninas e dois meninos.
As denúncias foram realizadas pelos pais das
crianças no mês de novembro, na Gerência de Polícia da Criança e do
Adolescente (GPCA), no Recife. De acordo com o delegado da GPCA
responsável pelo caso, Geraldo Costa, o pastor cometia crimes de estupro
de janeiro de 2012 a junho, mas um dos jovens, hoje com 16 anos, afirma
ter sofrido abuso quando tinha 10. O suspeito confessa um dos crimes,
um ato sexual com uma adolescente de 13 anos, mas afirma ter sido
consensual. "O fato de ter sido com o consentimento dela, ou não, não
exclui o fato de que é um crime por ser com uma menor de idade", explica
Geraldo Costa. Ainda segundo o delegado, o pastor era muito respeitado
na comunidade. "As crianças eram ameaçadas por ele, que dizia que
ninguém ia acreditar nelas porque ele era pastor", diz o delegado. Além
disso, o casal também oferecia presentes para que elas mantivessem
segredo dos abusos.
O suposto pastor fundou a cerca de dois anos a
Assembleia de Deus Ministério e Missões. De acordo com o delegado o
acusado resolveu fundar a nova igreja porque teve um desentendimento na
Assembleia de Deus que fazia parte e assim resolveu fundar a sua própria
congregação. Todas as famílias das crianças eram fiéis frequentadores
da igreja do pastor.
De acordo com a IPCA a mulher do pastor era
cúmplice do crime porque segurava e amarrava as crianças enquanto o
marido praticava o ato sexual e também praticava ela mesma abuso sexual
com as crianças do sexo masculino. O homem e a esposa já prestaram
depoimento e serão indiciados por estupro com violência e estupro de
vulnerável, podendo pegar mais de 30 anos de prisão cada um. O inquérito
foi instaurado na GPCA do Menor Vítima e encaminhado à Justiça nesta
quinta (3), para procedimentos cabíveis.
Os suspeitos aguardam decisão da Justiça em
liberdade. "A prisão deles não foi solicitada durante o inquérito
porque, com a chegada dos laudos, eles colaboraram com as investigações e
não estavam apresentando ameaça às vítimas", explica Geraldo Costa.
Redação
@sertaogospel
Com informações do G1 PE
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