O delegado titular da 3ª DPR de Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou que três pessoas já foram presas.
SANTA MARIA - O delegado titular da 3ª DPR de
Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou que um dos sócios da boate Kiss e
dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira foram detidos na manhã
desta segunda-feira,28. Eles teriam responsabilidade pelo incêndio na
boate Kiss que deixou mais de 230 mortos na madrugada de domingo.
Segundo Arigony, há um quarto mandado de prisão para ser cumprido.
Os três detidos estavam fora de Santa Maria por
medo de linchamento. Dois foram presos na cidade de Mata, a pouco mais
de 80 quilômetros de Santa Maria. O terceiro preso estava em Cruz Alta, a
132 quilômetros da cidade onde ocorreu o incêndio.
Arigony afirmou que a prisão temporária das três
pessoas é de caráter cautelar e serve para contribuir para a apuração
dos fatos. "Se elas forem as responsáveis, elas serão punidas. Esses
presos são presos para a investigação".
Entenda
O incêndio com mais mortes nos últimos 50 anos no
Brasil causou comoção nacional e grande repercussão internacional. Em
poucos minutos, mais de 230 pessoas - na maioria jovens - morreram na
boate Kiss de Santa Maria - cidade universitária de 261 mil habitantes
na região central do Rio Grande do Sul. Outras 127 ficaram feridas.
A tragédia começou às 2h30 de domingo (27/01),
quando um músico acendeu um sinalizador para dar início ao show
pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira. No momento, cerca de 2 mil
pessoas acompanhavam a festa organizada por estudantes do primeiro ano
das faculdades de Tecnologia de Alimentos, Agronomia, Medicina
Veterinária, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Uma fagulha atingiu o
sistema de exaustão da casa noturna e o fogo se alastrou rapidamente
pelo teto com papelão e material de proteção acústica. A maioria das
vítimas, porém, não foi atingida pelas chamas - 90% morreram asfixiadas.
Uma série de erros potencializou a tragédia. Sem
porta de emergência nem sinalização, muitas pessoas em pânico e no
escuro não conseguiram achar a única saída existente na boate. Com a
fumaça, várias morreram perto do banheiro. Para piorar, seguranças da
casa tentaram impedir alguns frequentadores de sair antes de pagar a
comanda. Na rua estreita, o escoamento do público foi difícil. Bombeiros
e voluntários quebraram as paredes externas da boate para aumentar a
passagem. Mas, ao tentarem entrar, tiveram de abrir caminho no meio dos
corpos para chegar às pessoas que ainda estavam agonizando. Muitos
celulares tocavam ao mesmo tempo- eram pais e amigos em busca de
informações.
Como o Instituto Médico-Legal não comportava, os
corpos foram levados a um ginásio da cidade, onde parentes desesperados
passaram o dia fazendo reconhecimento. Lá também foi realizado o velório
coletivo.
Ao longo do dia, centenas de manifestações de
solidariedade lembraram a tragédia em todo o País. Emocionada, a
presidente Dilma Rousseff chorou duas vezes ao falar do caso - ainda no
Chile, de manhã, onde deixou um encontro com presidentes, e à tarde, ao
lado do governador Tarso Genro, já em Santa Maria.
Estadão
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