As
igrejas evangélicas, católicas e das demais denominações arrecadaram em
2011 dos fiéis, vendas e aplicações financeiras R$ 20,6 bilhões, o que
corresponde a metade do Orçamento de São Paulo, a cidade mais rica do
país. O montante é superior à soma do orçamento de 15 ministérios e
equivale a 90% dos recursos deste ano do Bolsa Família.
Em cinco anos, as igrejas obtiveram o crescimento de 12% na soma do dízimo e doações aleatórias.
A informação é de Flávia Foreque, da Folha de
S.Paulo, que conseguiu dados da Receita Federal valendo-se da Lei de
Acesso à Informação.
A legislação tributária exige que as igrejas
declarem anualmente a quantidade e a origem de seus recursos. O jornal
não teve acesso ao volume de arrecadação por igreja porque os
declarantes estão protegidos pelo sigilo fiscal.
Em tese, a arrecadação total pode ser maior, no caso de ter havido declaração de valores subestimados.
A fiscalização é quase inexistente por causa da
falta de empenho da Receita e da imunidade fiscal das igrejas, que não
pagam impostos sobre os recursos que obtêm com as suas atividades e
bens, como imóveis e veículos, além dos templos.
Do total arrecadado em 2011, R$ 14,2 bilhões vieram
do dízimo e das doações aleatórias. O restante é resultado da venda de
bens e serviços (R$ 3 bilhões) e dos rendimentos de aplicações
financeiras e no mercado de ações (R$ 460 milhões).
O sociólogo Ricardo Mariano, da PUC-RS, escreveu um
artigo dizendo que a legislação não está preparada para impedir a
proliferação de “de igrejas-empresas, conglomerados cujos líderes fazem
fortuna, adquirindo jatinhos, helicópteros, mansões, fazendas,
gravadoras, editoras, emissoras e redes de TV”. E isso, observou,
“sempre à custa de rebanhos esmagadoramente pobres e socialmente
vulneráveis”.
Folha de S.Paulo. / Paulopes
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