“Não
podemos criar uma superproteção a um segmento que não é legitimado pela
palavra do Senhor.” Foi com essa frase que o vereador do Recife André
Ferreira (PMDB) afirmou ao Blog da Folha ser totalmente contra a criação
da Frente Parlamentar LGBT, proposta por Osmar Ricardo (PT) e Jaime
Asfora (PMDB), na última terça-feira (16), na Câmara recifense.
Em meio à polêmica que envolve o cenário nacional
com o posicionamento contrário ao casamento gay do deputado federal
Marco Feliciano (PSC/SP), o vereador mais votado nas últimas eleições do
Recife não teme ser comparado ao presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Minoria, em Brasília.
“Marcos Feliciano defende a família, é contra o
casamento gay e o aborto. Esses também são os meus princípios. A nossa
formação religiosa é a mesma”, destacou o parlamentar, que disse com
todas as letras não aceitar a criação dessa Frente. “Não aceito, não
concordo e lutarei até o fim contra essa ideia e contra qualquer tipo de
lei dessa natureza”, complementou André Ferreira.
Em seus
argumentos, Ferreira alertou para um possível privilégio dos seguidores
das causas LGBT. “O movimento quer impor uma superlei para eles se
protegerem, mas a Constituição Federal já dá a todos, sem distinção de
raça e cor, diretos iguais. Sinceramente, acredito que hoje existam mais
racistas do que homofóbicos no Brasil”, justificou o vereador
evangélico.
Ao exemplificar seu argumento, ele cobrou
reciprocidade. “Eu não aceito a prática homossexual, mas respeito e não
tenho nada contra a pessoa que sente atração pelo mesmo sexo, afinal
cada um faz o que quer. Agora, espero que eles (seguidores LGBT) também
respeitem as opiniões de quem é contra”, defendeu Ferreira.
ENTENDA O CASO
Ferreira defende que assuntos relacionados à causa
LGBT sejam discutidos na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da
Câmara dos Vereadores, que atualmente é presidida por Aline Mariano
(PSDB) e tem Michele Collins (PP) como vice. “Não vejo a necessidade da
criação de uma frente se já existe uma comissão permanente para debater
esse tema”, justificou o vereador que criou uma Frente Parlamentar em
Defesa da Família. “É diferente, pois em qual comissão incluiríamos
tantos assuntos que envolvem uma família como violência contra mulher,
pedofilia, drogas, entre outros?”, perguntou André Ferreira.
Para ser criado, a Frente LGBT proposta por Osmar e
Jaime precisa passar pelas comissões. A previsão é que em mais ou menos
30 dias o Projeto de Resolução chegue ao plenário. Se o parecer da
Comissão de Legislação e Justiça for favorável, a votação será pela
maioria simples (da quantidade de parlamentares que estiverem no
plenário no momento da votação); caso o parecer seja contrário, os
defensores da Frente terão que ter a maioria absoluta, ou seja, a metade
mais um voto de todos os vereadores da Casa.
“Temos uma bancada evangélica de 11 vereadores e
alguns outros ligados a Igreja Católica. Voto contra e vou buscar apoio
dos demais vereadores para barrar essa criação”, finalizou André
Ferreira.
Redação
@sertaogospel
Texto: Blog Folha
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