Às vésperas de lançar um programa de TV no qual irá promover debates
sobre o sexo, a jornalista e apresentadora Marília Gabriela afirma que
pretende desmistificar o assunto em uma época em que o Brasil passa por
um retrocesso moral a respeito do tema, e atribui tal retrocesso à
religião.
As afirmações da apresentadora foram feitas durante uma entrevista
realizada estúdios do SBT, em São Paulo, para promover o lançamento de
“Gabi Quase Proibida”.
- Acho que veio bem a calhar porque ontem foi aprovado esse projeto
da ‘cura gay’. As religiões hoje em dia estão promovendo uma caça às
bruxas. E o programa pretende discutir de onde vem essa hipocrisia
brasileira em relação ao sexo. Eu digo de onde vem: da culpa causada
pela religião – afirmou a apresentadora.
Ela revelou ainda que a ideia do programa surgiu em 2004 quando,
depois de uma visita ao Museu do Sexo, em Nova York, e ofereceu à Globo a
ideia de fazer um programa sobre o tema, mas teve a proposta rejeitada.
- Achei que podia ser um programa de utilidade pública. Mas o Otávio
Florisbal [diretor-geral da Globo] consultou o conselho da emissora e
acharam que não valia. Quero mostrar que esse assunto também é de
interesse das pessoas e que não é preciso se envergonhar – explicou
Marília Gabriela.
Os convidados para as primeiras edições do programa serão Ney
Matogrosso, o padre Beto, que foi excomungado pela igreja católica por
defender os homossexuais, e a cantora Daniela Mercury. Segundo o UOL, o
programa terá como formato entrevistas com até duas pessoas, da mesma
forma que acontece no “De Frente Com Gabi”.
- Eu vou começar com pessoas famosas para atrair a atenção do
público. Mas eu vou também trazer pessoas que não são conhecidas, mas
que tenham algo a dizer sobre o assunto. Por exemplo, outro dia eu
estava no teatro e encontrei um amigo meu da época da faculdade, lá em
Ribeirão Preto, e perguntei para ele como estava a vida. E ele me
respondeu que estava sobrevivendo a AIDS havia 28 anos. Perguntei se ele
me daria entrevista e ele topou – detalhou a apresentadora.
Por Dan Martins, para o Gospel+
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