A
ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(Seppir), Luiza Bairros, disse nesta segunda-feira que os ataques às
religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável. 'O pior
não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos que têm
acontecido. São agressões físicas, ameaças de depredação de casas e
comunidades. Nós consideramos que isso chegou em um ponto insuportável e
que não se trata apenas de uma disputa religiosa, mas, evidentemente,
uma disputa por valores civilizatórios', disse ao chegar ao ato
lembrando o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa no Vale do
Anhangabaú, centro de São Paulo.
O número denúncias de intolerância religiosa
recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência cresceu mais de sete vezes em 2012, quando comparada com a
estatística de 2011, saindo de 15 para 109 casos registrados.
Para a ministra, os ataques são motivados
principalmente por alguns grupos evangélicos. 'Alguns setores,
especialmente evangélicos pentecostais, gostariam que essas
manifestações africanas desaparecessem totalmente da sociedade
brasileira, o que certamente não ocorrerá', disse Luíza, que acrescentou
que esta semana deverá ser anunciado um plano de apoio às comunidades
de matriz africana.
O recado da tolerância também está sendo promovido
pelo grupo multirreligioso Paulistanos pela Paz, que há 8 anos atua para
conscientizar principalmente a juventude. 'Nós estamos coordenando
visitas a escolas, faculdades para dar palestras, seminários, para
trazer esse questionamento à tona. Porque a intolerância brota da
incapacidade de conviver com o diferente', disse o Reverendo Mahesh,
coordenador do grupo e representante do Hinduísmo Hare Krishna.
Membro do Centro Cultural Ilê-Ifa, o maestro
Roberto Casemiro, também defendeu a atuação com a juventude como forma
de combater o preconceito. Na opinião de Casemiro, para muitos jovens,
em especial os envolvidos em grupos que promovem o ódio, como os
skinheads, falta conhecimento e falta cultura. 'E quem não tem nem
conhecimento, nem cultura, não tem respeito'.
Evangélico de confissão luterana, o pastor Carlos
Mussukopf, acredita que a melhor maneira de evitar o preconceito é
unindo as diferentes religiões entorno de objetivos e ideias comuns.
'Devemos procurar o que nos une, o que nos unifique, o que nós temos em
comum. E que a gente também saia da teoria, dos encontros de diálogo e
passe para a prática. Existem tantos desafios na sociedade que nós
vivemos que exigem uma ação unificada também das religiões. Vamos ver
questão da população de rua, da natureza', disse.
Fonte: Terra
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Ministra culpa evangélicos de tentarem acabar com religiões africanas
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