Um grupo de ativistas gays prepara um protesto de recepção ao papa
Francisco no próximo dia 22 de julho, no Rio de Janeiro. Chamado de
“Beijaço LGBT”, a ação dos ativistas acontecerá durante as primeiras
palavras de saudação do pontífice aos peregrinos da Jornada Mundial da
Juventude (JMJ).
Os organizadores do “beijaço” dizem que o protesto é motivado por um
suposto crescimento da homofobia e fundamentalismo religioso no país: “O
protesto foi pensado a partir do ano passado, quando o antigo papa
Bento XVI fez o discurso de final de ano e disse que a família
homoafetiva é uma ameaça ao mundo, que somos o mal do mundo”, diz um dos
ativistas.
De acordo com o portal Uol, o grupo prefere não se identificar por
medo de represálias. “A própria reação dos religiosos na página do
evento [no Facebook] demonstra como o imaginário e o conservadorismo
católico e cristão se traduzem em atitudes e discursos violentos e
intolerantes contra as sexualidades não-normativas”, afirma outra
participante do grupo.
“Desde o início, o Beijaço foi pensado para a semana da JMJ [...] Em
termos estratégicos é imprescindível demarcarmos a legitimidade das
nossas sexualidades nesse momento”, defende a ativista, que espera a
presença de aproximadamente 1.500 pessoas no “Beijaço LGBT”.
Os ativistas se encontrarão no Largo do Machado, Zona Sul do Rio, às
14h00, e depois, caminharão em direção ao Palácio da Guanabara, sede do
governo fluminense. Embora o protesto seja na recepção ao papa e contra o
líder da Igreja Católica, o grupo diz que não quer nenhuma audiência
com Francisco.
“Não há nenhum interesse de reunião com o Papa, não temos o que
reivindicar à Igreja. Não queremos e não precisamos que nenhuma religião
legitime nossas sexualidades, queremos apenas que elas sejam
respeitadas [...] O beijo – expressão de amor ou prazer – será a nossa
forma de protestar dessa vez. Chega desse falacioso discurso moral e do
atropelo de nossos direitos fundamentais! Vocês vão ter que nos engolir!
Toda forma de amor vale a pena!”, esbraveja uma das organizadoras.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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